Monday, June 18, 2007

Cenario aberta à sociedade

No passado dia 16 dois elementos da direcção do Cenario receberam a Visita de alguns elementos da Cdu de Ovar.O objectivo da visita era o de obterem a opinião de quem navega por estas águas sobre o estado actual da ria de Ovar e as perspectivas do seu futuro. Futuro que se vislumbra lodoso, estagnado e pouco profundo. Futuro que assim se vê pois no presente nada se faz que contrarie o fatalismo dos interesses centralistas e o imobilismo dos desinteresses locais. O mesmo imobilismo que se apega como doença aos gabinetes de incontáveis técnicos , políticos e autarcas que proliferam em redor da indigestão da Ria, pois para a Ria não existe uma ideia de utopia estratégica junto destas instâncias. Mas aqui no Cenario, recusamos esta realidade. Aqui no Cenario projectam-se cenários. Esses são muito reais. A ver-os-emos. Entretanto a CDU divulgou esta nota de imprensa que por gentileza, uma nossa associada fez aqui chegar. Partilhamos estas preocupações, pois demasiado importantes para serem arrumadas indiferentemente, só porque assumem cariz eminentemente político.
Por isso transcrevêmos:
Nota de imprensa: CDU preocupada com a Ria de Aveiro

Perante o total abandono a que tem sido votada a Ria por parte da CâmaraMunicipal de Ovar e no quadro da preparação da próxima reunião da Assembleia Municipal, vários eleitos e activistas da CDU tem vindo a reunir com diversas entidades ligadas à Ria no sentido de perceber melhor o actual estado daquela que é referida e bem como uma das jóias do município de Ovar.Depois de ter reunido com dirigentes do recém constituído Clube de Canoagem de Ovar e do Centro Náutico da Ria de Ovar, António José Macedo, José Sona e Miguel Viegas estiveram no passado Sábado no Cais do Puxadouro onde mantiveram contactos com pescadores através dos quais se confirmaram as piores expectativas relativamente à Ria de Aveiro em geral e aos Canais de Ovar e de Pardilhó em particular: a não existir uma intervenção de fundo que altere profundamente o actual curso de degradação e assoreamento da Ria, Ovar pode deixar de ter Ria nos próximos anos.Esta situação assume maior gravidade tendo em conta por um lado os avultados investimentos públicos realizados na Marina de Ovar cuja viabilidade fica claramente em causa com o actual estado de assoreamento do Canal de Ovar, e por outro a desastrosa intervenção de desassoreamento de 1998 na qual os dragados forma depositados no espaço margem voltando posteriormente ao leito da Ria. Posto isto, a CDU de Ovar entende que se impõe com carácter de urgência uma alteração radical daquela que tem sido a postura de total desinteresse da Câmara de Ovar relativamente à Ria. Neste sentido a CDU, através do seu eleito na Assembleia Municipal irá propor dois eixos principais de intervenção. O primeiro prende-se com a necessidade de garantir a navegabilidade dos Canais de Ovar e de Pardilhó. Sendo certo que esta intervenção necessita de ser devidamente planeada e pensada de forma integrada, evitando assim erros do passado, não é menos certo que chegou o tempo de exigi-la o quanto antes junto de quem de direito, ou seja, junto do Ministério do Ambiente. O segundo eixo implica agir localmente, assumindo a Câmara a sua quota de responsabilidade na recuperação e valorização do espaço margem da Ria de Aveiro que lhe diz respeito.
A CDU de Ovar não compreende como é que a Câmara Municipal de Ovar, como parceira do projecto ESGIRA-MARIA, projecto dinamizado pela Universidade de Aveiro e financiado pela EU, e com objectivos muito concretos relativamente à recuperação dos cais da Ria e da criação da Área Protegida da foz do Rio Cáster (entre outros), não tenha sido capaz de dar sequência a todo um meritório trabalho que acabou por não trazer nada de novo ao Concelho de Ovar. Os Cais (Ribeiro, Pedra, Carregal, Tijosa e Puxadouro) continuam em completo estado de abandono e a Área Protegida ainda não passou do papel. Tendo em conta a localização dos primeiros, a CDU entende que a criação da citada área protegida deveria representar uma prioridade capaz de potenciar um conjunto de intervenções aos mais variados níveis: recuperação de estruturas, itinerários verdes, observatórios de aves, painéis pedagógicos etc.? Ao nada fazer, escudando-se, como é habitual, nas complicadas teias político-administrativas que envolvem a gestão da Ria de Aveiro, a Câmara de Ovar torna-se parte do problema quando deveria ser parte de uma solução que todos queremos para a nossa Ria.
Ovar, 15 de Junho de 2007
P ` la Comissão Coordenadora de Ovar
(Miguel Viegas)